o sangue cansa-me as veias
todo o corpo satura na garganta
que seca a cada gota cristalina
na transparência das sensações
apenas as cordas vocais soltam vibrações inaudíveis
suo em lágrimas
escorregam pelas fundas linhas
que cobrem o rosto
infinito é o espaço que perfura a carne
ao sentir o ar que o envolve
apenas amo
ausente de tacto
choco a existência a cada passo
empurro o chão para longe
urgente na vontade de sentir o levitar dos ossos
peso insuportável que enche os pulmões
implode o músculo que mantem vivo o sopro
expira fogo pelos lábios
incendeia as pestanas que forçam o fechar dos olhos
numa visão sublime
chega o silêncio
fecham-se os poros que transpiravam medos
ressurge a paz
na solidão que mente a felicidade