05 março 2015

ancestralidade do sentimento

o sangue cansa-me as veias

todo o corpo satura na garganta
que seca a cada gota cristalina

na transparência das sensações
apenas as cordas vocais soltam vibrações inaudíveis

suo em lágrimas
escorregam pelas fundas linhas
que cobrem o rosto

infinito é o espaço que perfura a carne
ao sentir o ar que o envolve

apenas amo

ausente de tacto
choco a existência a cada passo
empurro o chão para longe
urgente na vontade de sentir o levitar dos ossos

peso insuportável que enche os pulmões
implode o músculo que mantem vivo o sopro

expira fogo pelos lábios
incendeia as pestanas que forçam o fechar dos olhos
numa visão sublime
chega o silêncio
fecham-se os poros que transpiravam medos

ressurge a paz
na solidão que mente a felicidade